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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Cérebro Falido - continuação do " O Poder da Venlafaxina "

Para quem leu minha  postagem " O Poder da Venlafaxina", irá entender a postagem de hoje.
. E quem não leu posto aqui.
http://kekeflores.blogspot.com.br/2011/06/o-poder-da-venlafaxina.html

E após 1 ano e 5 meses venho falar mais sobre o Cérebro, e a resposta para os comentários da outra postagem.

Há mais de  4 meses parei de tomar a Venlafaxina, e por alguns motivos tive essa atitude (mesmo sabendo que estava errada).
Não sei se aconteceu com outras pessoas, mas achei que fiquei com  relances de amnésia, e que me fazia muitas vezes esquecer de tomar a medicação, e eu ficava muuuito mal,  dores de cabeça, tonturas e enjoos, e isso estava atrapalhando meu dia a dia.
Colava bilhete na geladeira, mas não adiantava, porque eu esquecia de olhar para a geladeira, tentei despertador e escrever no corpo, mas claro que as vezes o trabalho fazia me deixar pra depois e o depois era esquecer.

Confesso que ainda tenho esquecimentos, mas não posso confirmar se foi efeito da Venlafaxina.
Também tive um problema com meu médico, aquele homem que eu confiava e  deixava  entrar no meu cérebro, esse mesmo veio a me dar cantadas e me deixar muito constrangida com outras atitudes no consultório, me fazendo a não ir mais em consultas e aos poucos eu ficar sem a medicação.
Claro que eu poderia ir em outro médico, mas achei que os dias que fiquei sem a medicação, a "Coisa" não fazia mais parte da minha vida.
Mas o desmame foi terrível, e sofri muito com isso, tonturas, enjoos e vômitos, a abstinência me dominou, só após uns 15 dias me livrei dos efeitos colaterais.
Saudade da medicação ? verdade, senti saudade sim, pois eu tinha me livrado de algo que me fez feliz por um bom tempo, e que me trouxe sensações e muitos momentos de bem com tudo.
Me livrei da medicação que me livrou da Coisa, entendem ?

Vou contar como a Coisa me atacou:
Após anos sem sentir o Pânico, lá estava eu, dentro de um canil no Centro de Zoonoses, eu fazia companhia a um Pit Bull que estava doente, sentada dentro de um canil fechado com apenas 1m e meio de largura, e grades estreitas, mas estava bem ali, pois sabia que o portão estava apenas encostado e eu poderia sair a hora que eu quisesse, estava tbm na companhia de um amigo peludo e fazendo uma oração para Deus cura-lo daquele sofrimento, foi então que alguém  abriu o portão, conversou comigo e na hora que saiu, trancou por fora o canil, nem percebi, voltei nas minhas orações e quando fui sair, tcharaaam.. como as grades são estreitas, o canil todo fechado de cimento, nem o dedo mindinho passava ali nas grades.
Pronto ! Lá estava eu de novo na companhia da Coisa, nem as orações que fiz valiam naquele momento, nem Deus tirava a Coisa de mim.
Mas em poucos  minutos que pra mim foram uma eternidade, veio outra pessoa e abriu, pois ouviu meus berros junto com latidos de vários cães.
Sai de lá passando mal, com uma dor imensa na cabeça e acompanhada com o Pânico.
Desde aí tive algumas recaídas, principalmente no trânsito, no ônibus fechado e de ficar no banco traseiro de carros, mas nada muito forte.
Até um dia que meu cachorrinho morreu, perdi um serzinho que me acompanhou 10 anos, e nas minhas recaídas lá estava ele, sempre comigo, além da minha casa ser meu refúgio, ele também era, porque ele me fazia esquecer a Coisa quando eu estava mal.
E de repente perdi uma parte de mim, meu remédinho peludo, e foi aí que a Coisa veio com tudo.
No dia que ele morreu, achei que iria junto, foi pânico, foi tristeza, foi desespero, angustia, tudo junto, e eu não tinha mais meu remédio, apenas Amitriptilina, que meu ex médico me receitou para dormir e eu tbm já havia parado com esses.
Na hora foi esse mesmo, eu queria era dormir e esquecer aquilo que estava passando, de manha eu tomava, dormir era o ideal, e do nada apareceu Rivotril aqui, ganhei de amigos que viram meu desespero, mas agora estou diminuindo a quantidade, pois esses não estou me adaptando e não quero continuar sem orientação médica.
Confesso que as vezes não estou nada bem, tenho momentos de angustias e de pânico em lugares fechados, penso que podem ser por causa dessa perda que tive, e que todos falam que irá passar.
E enquanto isso continuo com a vida, fazendo as coisas que eu fazia, claro que me privando de muitas coisas, as vezes sorrindo da boca pra fora, as vezes não, momentos de bom humor, e momentos de silêncio, as vezes decidida e as vezes sem rumo.
Na esperança da evolução mental, ou caso contrário na certeza que em breve, Venlafaxina lá vou eu..

E pensando qual o futuro do Cérebro Falido .