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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

O TRISTE FIM DE JHONNY

Semanas atráz divulguei o Jhonny, um poodlezinho de +ou- 2 anos que foi deixado por sua dona no CCZ com a desculpa que estava grávida e o ap era pequeno pra cuidar do Jhonny mais a criança e bla bla bla..
No CCZ descobriram que Jhonny era cardíaco e começou o tratamento.
Mas infelizmente por esse motivo nenhum adotantese interessou e ele ficou... muadinho e quietinho.
Ontem combinei com minha amiga Helô e tbm voluntária, de darmos um banho nele, deixar ele cheiroso e brincar muuito..e ainda brinquei falando que iria traze-lo pra casa, um pooodle a mais minha mãe não iria perceber rs.

Mas hoje recebi a noticia que nosso Jhonny não resistiu e seu coraçãozinho triste parou.

Só pensei na ex dona dele, que ele amava tanto, pedi perdão a Deus, mas desejei muito mal a essa pessoa, e me faz mal ter esse sentimento de raiva.
Mal tbm por não ter conseguido uma família pro Jhonny, mal por ele ter partido dentro do CCZ, mal por não estar do lado dele na hr.
Abandonado pra morrer sem a família.
Amo ir no CCZ ficar com meu amores, mas qndo passo por situações assim me dá angustia e vontade de abandonar tudo.
As pessoas poderiam ir ao CCZ para visitar os animais, fazer um carinho, levar um petisco pra agradar, mas não só ouço pessoas falando mal, dizendo que não tem coragem de por o pé lá pq tem dó e se for vai querer levar todos pra casa, falando que não tem coragem de olhar pra eles, e que irão chorar.
Porra, somos poucos lá pra agradar a tantos, eu queria poder abraçar a todos, brincar, dar petisco, mas nao tem como, vc brinca aqui, o outro olha por cima da grade e pede carinho ali, e apenas um cafuné ele fica feliz.
Isso revolta,
São Paulo com milhares de pessoas, e apenas meia dúzia vai até lá,
Um único CCZ em SP e centenas de pessoas pedindo resgate e ficando bravas pq o CCZ não apareceu, daí metem o pau e assustando o restante da população, e quem sofre são os animais que não recebem visitas.

Passar um sabado ensolarado no CCZ e ver que nenhum animal foi adotado é foda, dói o coração.
Cães são poucos adotados, não tem vagas para resgate, mas as pessoas não entendem e ligam, vão até lá e querem vagas, brigam e falam mal.
Jogam cachorros por cima do muro, amarram nas arvores lá na rua, abandonam filhotes ainda sem desmamar sem saber que podem adoecer.
Pessoas chegam lá com a cara de pau pra deixar seus peludinhos só pq estão velhos, pq mudaram pra apartamento, ou igual essa filha da puta que deixou o Jhonny lá pq estava gravida.
Querem ver os cães lá no CCZ igual sardinha enlatada ????????

Todo nosso trabalho de adoção acaba qndo uma pessoa critica sem saber, perdemos adoções boas, pq as pessoas tem medo do CCZ.
E cães vão envelhendo lá por causa da ignorância humana !


Agradeço a todos que compartilharam, divulgaram e tbm tentaram mudar o destino desse meninho...
Agora ele está feliz, ao lado de São francisco de Assis.
 
bjs

terça-feira, 28 de junho de 2011

SINDROME DO PÂNICO : O PODER DA VENLAFAXINA

 Quem nunca teve um dia triste na vida,  ansiedade, medo, desespero,  e isso se transformar em uma angustia incontrolável...
Multiplica alguns desses sintomas por 1000.
Ta aí, bem vindo à Síndrome do Pânico !


Confesso que sempre tive vergonha de expor isso para as pessoas, para não ser julgada como louca, exagerada, digna de pena etc.. nomes que já cansei de ouvir.
Hoje abro essa página para contar como aceitei a conviver com à "Sindrome do Pânico", que apelidei como À COISA.


Em 1996, nos meus 20 anos, tudo ia bem, não tinha o que reclamar da vida,
Até que decidi fazer uma viajem,  eu e uma amiga fomos para Minas Gerais, foi o melhor Carnaval da minha vida, trio elétrico, festas, dias sem dormir, bebidas e Lança Perfume... uma combinação perfeita para detonar um cérebro que já estava a beira de virar uma bomba relógio.
A alegria me acompanhou até o ônibus de volta, preparada para 10 horas de viajem até chegar em minha casa.
Eu e minha amiga viemos dormindo, estavamos cansadérrimas, até que no meio da viajem a bomba explodiu, acordei com A Coisa.


A Coisa me possuiu dos pés a cabeça, meu corpo tremia por inteiro, meu coração parecia bateria de escola de samba, a sensação era que se eu colocasse a mão na boca eu arrancaria ele da garganta,  faltava ar,  a angustia e a ansiedade já multiplicadas tomavam conta do meu cérebro.
Acordei minha amiga aos prantos, estávamos sentadas nos primeiros bancos, onde o motorista me ouviu e tentando me acalmar disse que logo chegariámos na primeira parada... fiquei mais desesperada ainda, porque se ele disse a primeira, então ainda faltava horas para a segunda e mais horas para o final.
Desci na primeira parada, sentei no chão e chorei muito, tentando entender o que era aquilo que eu sentia, as pessoas comovidas tentavam me acalmar, mas nada e nenhuma palavra tirava aquela Coisa de mim, na hora não tive vergonha do meu pânico, também o que era vergonha ao meio de tantos adjetivos terríveis que eu estava sentindo... voltei ao ônibus, e chorando seguimos a viajem.
A estrada não tinha fim, e cada minuto passado, para mim se transformavam em horas, e a Coisa não me deixou em nenhum momento.

Ao entrar na minha casa, parecia que a Coisa tinha ficado no portão, descobri que minha casa era meu refúgio, foi a pior coisa que descobri, porque eu não queria mais sair de casa, e o medo da Coisa me pegar na rua, e eu demorar para chegar no meu refúgio, e ter que sentir a Coisa tudo de novo... a solução foi passar meses e meses dentro de casa.

Até que um dia a Coisa me atacou dentro do meu refúgio... o que fazer ? pra onde correr ?

Junto com a Coisa, aos poucos veio o TOC ( Transtorno Obsessivo Compulsivo) a Agorofobia, a Depressão e a Claustrofobia... não entendia como cabia tanta coisa dentro de um cérebro.. e demorou para eu descobrir o que realmente eu tinha, enquanto isso, fui tentando conviver com esse quinteto.


Tentei lutar contra a Coisa, mas não tinha lugar, não tinha hora, ela aparecia e me possuía a qualquer momento, até comandar minha vida e fazer com que eu virasse escrava dela.

Perdi emprego, namorado, amigos e a vida social, parei de viver e me entreguei ao quinteto.


Cheguei a conclusão que meu novo e único refúgio seria a morte, pensava que na minha passagem a Coisa ficaria aqui na terra, e eu ficaria livre dela na vida eterna.

Mas como eu faria para libertar meu espírito do corpo, sem sofrimento e dor ?


Minha mãe já havia me levado na igreja, em Centro Espírita, mas nada e ninguém conseguia me libertar daquilo, até que cheguei no limite, e pedi para minha mãe não me deixar sozinha, ou eu iria dar um fim naquilo, mesmo acreditando que pessoas que tiram a própria vida o destino é o *Umbral.... eu já acreditava que o Umbral seria muito melhor do que sentir a Coisa.

Na minha família nunca ninguém passou por coisas assim, era novo para nós, e até que a idéia de um psiquiatra veio de pessoas de fora.
Depois de meses eu iria sair na rua novamente e encarar o medo do medo.
Comecei meu tratamento com tarjas pretas e terapia de grupo.

E aos poucos  fui me libertando e começando a viver novamente, voltei a andar sozinha na rua e deixar de ser dependente da minha mãe.
Por conta própria fui diminuindo aquele arsenal de remédios, até um dia parar com tudo,  e achei que estava livre da Coisa, achei que o médico queria me intoxicar, e eu mesma me diagnostiquei.

Os anos se passaram, sempre o quinteto aparecia, mas num grau baixo, iam, voltavam, nunca fiquei livre dele, e assim fui estragando o cérebro, tupo para não tomar mais remédios.

A Claustrofobia foi a última que me largou, ou melhor.. achei que estava livre... mas me enganei... ela sempre aparecia quando eu menos esperava, não queria ser mais dependente de remédios, então não fiz tratamento, e foi assim, aos poucos que a Sindrome do Pânico veio novamente em minha vida.
Na estrada, no ônibus, no metrô, no dentista, até no meu sonho ela aparecia... e minha casa novamente meu refúgio.
Conheci uma Psicóloga que me ensinou a encarar de frente a Síndrome do Pânico, a encarar como uma doença, e que doenças são tratadas com remédios, e podem ter cura sim, e se caso não tenha, temos que aprender a conviver com a medicação.
Meu Neurologista me receitou a Venlafaxina, onde tomo todos os dias, e hoje sinto apenas medo da Coisa.


Aprendi a não ter vergonha disso, aprendi a falar não para as pessoas,  e a não me importar com que elas pensem, se acham engraçado, ou falam para eu parar de tomar meus remédios, se acham que é frescura ou loucura, pouco me importa, nem ligo para a opinião alheia.
Aprendi a não chorar por amizades e amores perdidos...
Aprendi a ser feliz do meu jeito, mesmo convivendo com a minha única companheira, à  Claustrofobia, e essa eu consigo driblar.
Aprendi a aceitar minha dependência da Venlafaxina, passo muito mal quando esqueço de toma-la, fico com fortes dores de cabeça,  tonturas e enjoo, no terceiro dia sem,  cheguei até a vomitar ....a tal chamada "Abstinência".


Não tenho vergonha de falar que eu não pego estrada, não entro em elevador, metrô, ônibus cheio e não encaro ainda um trânsito, tenho pavor da escuridão e que ainda tenho medo do "medo",  medo ainda de encarar muitas coisas. Tudo tem sua hora, e vou aos poucos conquistando a vida novamente.
Acordar de manhã e ver que a Coisa não faz parte da minha vida, é maravilhoso, acordo de bom humor e não tem dia feio, tá chovendo e frio, então o dia tá lindo..rs

Só sei dizer que estou muito feliz, e minha vida mudou depois da administração da Venlafaxina.
Nunca mais fui possída pela Coisa, tenho uma vida normal, mesmo me privando de algumas coisas, que não estão me fazendo falta alguma.
 Faço as coisas que gosto, e estou de bem comigo mesmo.

Pessoas não tomam remédios para hipertensão, diabetes, etc... eu tomo o meu para a Coisa, e assim a vida continua.
E hoje não preciso mentir quando tomo meu comprimido e alguém pergunta :
pra que é ?.... hoje eu falo de boca cheia : "É Venlafaxina para a Síndrome do Pânico" ! 
E Foda-se !


Agradeço à Deus, e principalmente aos meus pais e irmãs, que nunca me abandonaram nos momentos em que eu mais precisei.


Abs
Keké Flores

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Uma Luz Chamada Cléo

Em maio de 2011, minha família me pegou no colo e me colocaram dentro do carro, eu não enxergava e nem ouvia mais, e eu tinha um tumor imenso na minha tetinha, era um peso que atrapalhava até na hora de eu caminhar, eu estava lotada de pulgas e carrapatos, meus pelos eram feios e falhos, e peles secas caiam de mim, mas eu sentia todas as sensações, eu sentia frio, sentia fome e sede, e eu sentia muito soninho, mas eu não sentia dores.
Eu senti o movimento do carro e o cheirinho da família passeando comigo.
Família para mim, porque para eles eu era apenas um objeto velho, que serviu para alegrar as pessoas quando eu ainda era filhote, e aos poucos com o passar dos anos, sendo esquecida por todos.
Chegamos ao meu destino, Centro de Controle de Zoonoses, minha família queria pagar para a Veterinária Telma, me dar uma injeção para dormir e outra para eu descansar... a tia Telma por uns segundos olhou para mim e lembrou de outros casos, lembrou da poodle Hebe, que teve uma segunda chance.... sem questionar, me tirou da minha família e me mandou para um bainho e vários remédinhos, e minha família seguiu em frente, sem olhar para traz, sem ao menos se despedir de mim, ou me agradecer enquanto eu dei alegria à eles.
Ganhei uma segunda chance de Deus e da  tia Telma,  e ali minha vida começava de novo.

Eu passava o dia dormindo, a tia Keké me colocou roupinha e cobertorzinho, e uma plaquinha na minha gaiola, para nunca me deixar passar frio... e lá eu era bem cuidada... adorava as comidinhas que me davam, eu comia tudo e tomava bastante água.
Por telefone tia Keké me conseguiu uma nova  mãezinha, se chama Ju, num sábado ela foi me visitar, e a tia Keké todo dia passava uma mensagem pra ela, pra dizer como eu estava, mas eu ainda precisava castrar e tirar aquele tumor que tanto me atrapalhava, mas eu tinha que aguardar a reforma da sala de cirurgia do CCZ.
Então até chegar o dia da operação, fiquei na casa da tia Keké...
Eu gostei de lá, como eu era ceguinha, tinha bastante espaço para eu andar, a minha caminha era do lado da dela e eu sentia vários cachorrinhos me cheirando e até dormiam juntinho de mim à noite..
Lá eu comecei a latir, coisa que eu não fazia no CCZ, e andava muito durante a madrugada, mas a tia Keké me colocava na cama, e me segurava até eu dormir.
Eu adorava um leitinho e uma caminha...
Passei alguns dias muito bem de saúde e muito feliz, recebi muito carinho, e a minha futura mãe Ju, sempre preocupada com minha saúde e ansiosa para minha chegada, e a tia keké triste porque estava chegando o dia da minha operação e eu iria mudar para minha nova casa...
Alguns dias se passaram, e no começo de Junho acordei muito fraca e com muita falta de ar, não aguentava comer nada, a tia Keké trabalhava e nas horinhas vagas fazia inalação em mim.
Mas meu pulmão já não aguentava mais, à noite Tia Monica e tia Helô me visitaram, me medicaram, mas eu já não tinha força pra lutar mais.
Meu tumor já estava por dentro de mim, e nada poderia ser feito, eu queria descansar, eu não queria mais sofrer, e a falta de ar era imensa, líquidos já saiam da minha boca, e a tia Keké que teria que decidir meu destino...
Fomos todas ao CCZ, já era muito tarde.... e sozinhas dentro do carro, tia Keké conversou muito comigo, me explicou o meu destino e a decisão tão triste que ela teve que tomar, e eu entendi, ficamos abraçadas no silêncio e na escuridão, por minutos sentíamos as batidas dos nossos corações, e eu dormi...
Mas logo na sala eu acordei, e a dor e a falta de ar voltaram piores, e logo eu já estava na mesa esperando a minha passagem.
Sentindo o abraço da mão da minha tia keké se despedindo de mim, me senti segura e preparada... ali eu dormi e parti, uma passagem muito tranquila, meu espírito saiu daquele corpinho pequeno, e envelhecido pelo tempo, o ar entrava e eu enchia todo o meu pulmão, respirar era maravilhoso, meu ouvidos voltaram a ouvir e meus olhos a enxergar.. e a primeira coisa que enxerguei foram minhas protetoras... tia keké, tia Monica e tia Helô, cheirei cada uma e agradeci os cuidados e meus últimos dias que fui muito feliz.
E anjos lindos apareceram, radiantes e iluminados, me abraçaram, era uma energia boa e contagiante, me senti muito protegida e feliz,  não tem como explicar, e juntos seguimos a maravilhosa luz.
E foi assim que morri feliz.
Nunca é tarde para recomeçar.

Lambeijos Cléo







Eu cheguei assim no CCZ


Fui tosada e tomei um banho bem gostoso e quentinho, pelas meninas do banho e tosa.


E com muito carinho e amor na casa da tia Keké, apenas com alguns dias, fiquei assim..






Uma linda estórinha de uma luz que passou na minha vida.
E que me apaixonei em pouco tempo que ficamos juntas.

Para incentivar na adoção de cães idosos maltratados e abandonados pelos seus donos.
 
 
 
 
Por Keké Flores


quarta-feira, 27 de abril de 2011

Hebe em : Eu Morri Feliz

     Envelheci e as esperanças de ser feliz iam diminuindo, meu corpinho já não aguentava mais aquela corrente pesada em meu pescoço, minhas perninhas doíam tanto que com o tempo eu não conseguia mais movimentar e elas foram atrofiando.
    
      Não entendia porque minha família me acorrentou no canto do quintal, ainda mais eu, que mal andava, já não mais latia, não incomodava ninguém e não ocupava quase nenhum espaço, eu queria muito saber por quê fizeram isso comigo ? e mesmo assim eu gostava daquelas pessoas, eu abanava meu rabinho quando alguém jogava algumas migalhas para eu comer ou quando alguém passava por perto, eu queria um carinho, uma atenção, até uma bronca eu queria, pelo menos alguém olharia pra mim naquele cantinho, mesmo assim eu amava aquela família que tanto me maltratava.
    
     Quantos dias e quantas noites passei frio, fome e sede, meu corpinho caquético parecia que iria quebrar de tão frágil, minha sorte eram meus pêlos grandes, sujos e emaranhados que me aqueciam nas noites frias.
Eu por noites sozinhas pensava, "Onde está Deus ? Ele não me ama, o que fiz para merecer essa vida sofrida e solitária?"...

     Até que um dia recebemos umas visitas muito estranha, em Novembro de 2010, junto havia uma mulher (*Renata G. M. Perita Criminal), ela falava com voz firme e decidida ao telefone, e  me olhava naquele cantinho.
     Logo chegaram umas pessoas e me tiraram da corrente e me carregaram no colo até um carro grande e com pessoas estranhas, achei que seria meu fim, minha família nada fez, ninguém tentou impedir aquelas pessoas de me levarem embora, ninguém se despediu de mim, mesmo depois de tantos anos vivendo comigo, como não me amavam ? eu já estava banguelinha, surda e quase sem andar, sem poder me defender daquelas pessoas e nada fizeram, nenhuma despedida da minha família eu tive.
     Cheguei a um lugar muito estranho, cheio de grades e cães presos, eles latiam curiosos com minha chegada, achei que ali era o final de tudo.

     Fui recebida muito bem por umas moças, boazinhas e simpáticas, cortaram todo aqueles meus pêlos sujos, me deram um banho bem quentinho e uma comidinha muito gostosa, nunca tinha comido algo tão bom... nossa, quanto carinho recebi, tive um dia de princesa, não sei porquê, mas mudaram meu nome, ali me chamavam de Hebe, e eu gostei muito.
    
     Conheci uma amiga muito especial, chamavam ela de Matuza, ficávamos dentro de uma gaiolona, pelo menos eu me livrei daquela corrente, tinha água e comida gostosa à vontade, se demos muito bem, eu adorava minha nova amiga, eu lambia ela o dia todo pra demonstrar meu afeto e carinho... minha amiga era velhinha também, e tinha uma doença sem cura, e sua família também não à amava e ela foi abandonada naquele lugar.
    Ali passamos o Natal e Ano Novo, sozinhas.
    Um dia minha amiga não acordou bem, as pessoas davam remédios, mas ela não melhorava, não queria comer e sentia dores.
    Aquela noite foi muito triste, antes das pessoas irem embora, coloram bastante roupinhas e jornal para nos esquentar, mas durante a madrugada minha amiguinha se foi, estávamos sozinhas e nada pude fazer, ficamos ali até o amanhecer, até as pessoas chegarem e colorem minha amiga em um saco plástico branco.

    Me desesperei, porque eu também era velhinha e tinha a mesma doença nas tetinhas, e não tinha mais minha amiguinha para me fazer companhia.
    Fui enfraquecendo e perdendo a vontade de viver, não queria mais comer, eu tentava lutar, mas meu corpo já estava enfraquecido e não tinha muito espaço naquela gaiola pra eu andar e exercitar minhas pernas tão fracas.
    Eu estava tão fraquinha, tomei injeções e remédios e colocaram minha gaiola na sala onde ficava meus médicos, adorei lá, tinha gente o dia todo perto de mim, e era mais quentinho durante à noite.
    Até que um dia me tiraram daquela gaiola e me colocaram em um carro, dia 7 de Janeiro 2011, começava a mudança tudo de novo, mas eu não tinha nada à perder, não tinha família, não tinha mais minha amiga, só tinha medo de não ter os mesmos cuidados que eu recebia das pessoas e dos médicos.
    Pela primeira vez depois de mais de 15 anos eu iria ter uma mãe, e eu estava ansiosa para chegar e conhecer minha nova família, vim dormindo no carro.

      E la fui eu pra minha nova casa, fui recebida aos latidos e focinhos me cheirando, ganhei uma nova caminha, uma roupinha bem quentinha, cheguei e dormi muito, meu corpinho ainda estava fraco e cansado, mal conseguia me sustentar, eu caía até dentro da vasilha quando eu ia beber água, mas minha mãe me ajudava.
     Eu tinha uns dentinhos podres praticamente soltos que ficavam para fora da boca, que me impediam de comer direito e me deixava muito fedidinha, muito mesmo... mas com paciência minha mãe arrancou e cuidou direitinho, uma vez por semana eu tomava banho e ela sempre colocava um lacinho diferente em mim, eu ficava linda e cheirosa.
     Ganhei uma avó e um avô que me amavam também e mais 5 irmãos peludos, eu sempre que podia estava deitada com eles, eles me aqueciam... minha avó trocava minhas fraldinhas e me dava comida também.
    Os dias passaram e eu melhorava, comia bastante, mas o que eu gostava mesmo era de mortadela, salsicha e o leitinho quente, as vezes eu levantava de madrugada pra tomar meu leitinho,  e minha mãe esquentava pra mim.
     Eu andava muito, tinha bastante espaço para eu me exercitar, eu adorava andar, como era gostoso, eu não queria nem lembrar mais do cantinho do muro e da corrente, ou mesmo das gaiolas, eu queria era andar até de madrugada, comecei a subir e descer escadas, me sentir livre me fez muito bem, estava na minha carinha a mudança e a felicidade.
   
     Alguns meses se passaram e mesmo que meu corpinho estava forte, meu coração já estava chegando ao final;

     Dia 19 de Abril almocei bem, mas durante à tarde qualquer movimento que eu fazia, meu coraçãozinho desparava e eu cansava muito, não deu vontade de comer nada, minha mãe me deu de tudo, eu queria comer, mas a canseira era maior, e aos pouquinhos ela me deu comida na boca, e eu aquela noite dormi pertinho da cama dela.
    Acordei ainda cansada, fui dormir na cozinha com meu irmão, eu adorava dormir na companhia dele.
    De manhã minha mãe quis dar meu leitinho, mas eu não aguentava mais o cansaço e a falta de ar que doía meu peito, não quis almoçar também, vi que já estava chegando minha hora, tentei andar mais caí na sala, minha mãe me colocou na minha caminha, eu sentia a mão dela me abraçando, e eu à vi chorar e rezar por mim pedindo à Deus que eu descansasse em paz.
     Naquela hora eu conheci Deus e vi que ele me deu os últimos meses mais felizes da minha vida, com uma família que me amava, um final digno como qualquer cão deveria ter.
    
     Alí nas mãos da minha mãe eu morri, dia 20 de Abril 2011, protegida, sentindo o amor, o carinho e Deus me guiando para vida eterna.

     Aqui no meu novo mundo, o amor verdadeiro de um Ser Humano por um Animal, é a união da alma, uma força que nos une além do espírito, e é assim que vou esperar minha mãe até o dia do nosso reencontro.
                                
                                                              Lambeijos
                                                                 Hebe


quinta-feira, 14 de abril de 2011

Ser Legal é Legal ?

Já pensaram que ser legal não é tão legal assim ?


Eu já pensei muito sobre isso, e aos poucos decidi não ser sempre legal.

Ser legal dá motivo para o amigo te pedir uma grana emprestada e demorar anos para te pagar, porque no pensamento dele é assim " ele é tão legal que nem vai ligar se eu não pagar esse mês", e com isso passasse anos, as vezes a divida até "caduca".

E ser legal com parente, aí sim é roubada, fazem até interurbano da sua casa, achando que você é legal e nem vai ligar na hora que abrir a conta.
E quando se oferecem para o almoço, chegam só na hora que a comida está na mesa, tomam toda a sua cerveja e ainda você tem que disfarçar e fingir que é legal.

E no amor, vamos falar um pouco de ser legal com o namorado (a).
 Acham que a casa de seus pais é Hotel de Luxo, comem, bebem, dormem, abrem a geladeira sem autorização, não gastam um centavo e ainda tomam posse do controle remoto da tv. Aparentemente "sogro e sogra legais".
Se ele te pedir para dividir a conta do motel, sai correndo minha filha, isso é abuso da sua "legalzisse".
Ja vi homem dentro do carro e a mulher do lado de fora empurrando pro carro pegar no tranco, essa sim deve legal ao extremo.
Ser legal é: 
Fingir que as vezes é surdo e mudo;
Não reclamar caso alguém fure a fila bem na sua frente;
Dar lugar para um idoso sentar no ônibus ou metrô e o assento preferencial está ocupado por um jovem. 
Agradecer o ladrão que acabou de roubar seu celular e te entregou o chip;
Dividir a marmita;
Ouvir as testemunhas de Jeová as 8 da manhã num domingo;
Aceitar cheque de cliente pra 60 dias;
Comer giló na casa da sogra e elogiar;
Fazer cara de feliz na TPM.
Etc etc etc...


Ja pararam paa pensar que ser chato as vezes pode ser legal ?

Ou ser legal demais as vezes pode ser chato ?

Conclusão:
"Quem é muito legal só se fode!"







terça-feira, 29 de março de 2011

A Raiva e a Modernidade Virtual

      Computador ?

      Acho que essa palavra é usada para nós que passamos  dos 30 e poucos, hoje se fala PC (PERSONAL COMPUTER), olha que coisa; Na minha época PC era aquele político corrupto e ex tesoureiro do ex Presidente Fernando Collor, e que morreu assassinado em 1996.

     Naquele tempo fazíamos Curso de Computador, hoje é Curso de Informática, coisa que eu nunca mais vi, cursos são no Google e crianças aprendem nas escolas.
      Estão jogando a palavra Computador fora do dicionário.
     Mas que a palavra computador faz sentido isso faz... Com Puta Dor, quando passo nervoso na Internet essa palavra se encaixa em várias frases, mas na realidade deveria se chamar Computaraiva não PC.

     Todo Iniciar do nosso Windows deveria vir também com a opção "Se Controlar", um manual do usuário para se controlar com os problemas diários que passamos em frente ao Computador...ops PC.

      Raiva é raiva em todos os momentos, ex:
     Quando entramos em um vídeo, ou queremos ouvir uma música, e na hora , cade o som ?
     Mexemos em tudo,  e nada de som, mexemos tanto que as vezes até o vídeo não entra mais.
     E quando a única solução é instalar um hardware ?  
     Hardware, o que é isso ? 
     Tem gente que acha que é marca de roupa ou sobrenome de artista estrangeiro. A melhor coisa é chamar um técnico e desembolsar em torno de 80 reais.
     Pior é ver o  técnico em segundos resolver seu problema e levar seu money tão suado...
     E você quase subindo na cabeça do homem para vê-lo concertar, para não ter que chama-lo mais para um problema tão simples, e o homem fazendo o serviço como o The Flash, e você com os olhos cheios de lágrimas, não querendo chorar, e sim querendo Não Picar, pra não perder nenhum lance... e mesmo assim, não entendeu nadinha de nada.
     Ainda bem que técnicos não tem o poder de ler pensamentos, senão iriam instalar uma bomba no seu PC.

     E se não existisse o Google para nos salvar ? Misericórdia de nós ! Com certeza até São Pedro consulta a meteorologia no Google !
     Por falar em Santo, já ouviram falar em Centro Espírita on Line ? Conheci uma mulher que dava "passes" pelo MSN, logo imaginei, Batizado On Line, Missa On Line, e até Dízimo On Line !


     Eu sempre falo: "Eu era mais feliz antes de existir a Internet"
     Conversas eram só por telefone, hoje é por msn, Skipe etc... na melhor parte da conversa, tcharaaamm, cai a conexão, daí fica: entra, cai, entra, cai, entra, cai... quando entra e fica, a pessoa já desligou a conversa e saiu...

     E no dia do seu aniversário que ninguém te liga mais, se você não entrar na Internet nem fica sabendo quem lembrou de você, isso porque tem um lembrete, e a pessoa cola o mesmo recado para todos os aniversariantes do dia...  Presente Virtual ? podem acreditar, até isso a Internet faz, eu nem sabia o que fazer com os presentes que ganhei, talves imprimir as flores e coloca-las na água ?

     E que saudade de receber uma carta ou um cartão de Natal pelo correio, hoje recebemos On Line, que graça tem ? nem colecionar os selos podemos mais.
     Fora aquelas Santas e Santos e até mesmo o Sr Jesus que navega pelos emails; E no mesmo emails do Nosso Senhor, esse no final a pessoa te joga uma praga pra você repassar.. me fala se não dá raiva ?

     A maioria das funcionalidades estão em Português, apenas quando dá algum problema técnico que a resposta vem em inglês, e entendemos apenas as palavras "yes e now"... daí só no chute e na sorte, e seja o que Deus quiser, sorte de quem tem sorte, porque vou sempre na opção errada, já perdi centenas de fotos e vídeos que estavam salvos,

     Em umas das minhas "raiva" e desentendimento com minhas teclas,  dei um soco no PC, ficou mais caro o concerto, do que o gesso na mão, agora aprendi como me controlar e passo isso a vocês:

- Pegue varias folhas de jornal, enrole como se fosse um cano, passe durex por toda a volta e deixe do lado do seu PC, em seu momento de raiva, imaginem que isso seja uma barra de ferro, e bata sem dó, desconte toda a raiva do momento, se imagine no sábado de aleluia e você malhando seu PC amarrado no poste,  respire fundo e desligue seu PC pela tomada.. Pronto; problema resolvido! Agora ligue para aquele seu ladrão..ops, técnico.

E quem joga "Colheita Feliz" do Orkut ? Deus é pai, aquilo vicia mais que Craque. Pela atualização do Orkut vejo até a terceira idade viciada naquilo, "Feliz", aquilo deveria se chamar "Colheita Maldita" isso sim. Agora estou com medo da CityVille do Facebook, ja acendi até uma vela pedindo as Santos para "Livrai-me de Todo Mal" , porque convite é que não falta, pra igreja ninguém convida perceberam ? rs

E quando seu PC se contamina pelo famoso "VÍRUS", Jesus, Maria e José.
Quando eles invadem meu PC logo penso: Bill Gates desgraçado, se tivesse aqui agora iria espanca-lo com minha super barra de jornal.;
Essa palavra VÍRUS da Internet, deveria se chamar: Tumor,  Tsunami, Aids, Lula, Chulé etc..

Mas confesso que amo navegar na Internet e toda raiva que já passei, compensa pelos momentos inesquecíveis que já tive e tenho aqui !



Obs:
Para quem não gostou da minha ideia da barra de jornal, fique com a ideia desse senhor do vídeo ok, confesso que já tive a mesma vontade dessa atitude, rss..

http://www.youtube.com/watch?v=DECsMI-Trf8





     Boa Noite à todos
     Bjos

sábado, 19 de março de 2011

O PAPAI NOEL DOS QUINTOS DOS INFERNOS

     Para não falar só de animais, e também para descontrair um pouco, vou contar uma história engraçada da minha infância, mas que naquela época não teve graça nenhuma.

     Não me recordo muito bem a data, mas deve ter sido em meados de 1983 a tragédia do meu Natal.

     Sempre fui uma criança muito espuleta e fácil de aprender as coisas, aprendi a escrever e a ler com 5 anos, passava nos testes de QI, e sempre os avançados (pelo menos naquela época rss), mas ninguém me ensinou e nem me falou que histórinhas e contos não eram verdades, e nem que o Papai Noel não existia.

     Naquela época brincadeiras faziam parte da nossa infância, como pular corda, brincar de pega pega, de esconde esconde, amarelinha, bola, pipa  e entre outros brinquedos como da Glaslite, Estrela, Grow etc, e esses passavam a propaganda na televisão, para encher os olhos das crianças e esvaziar o bolso dos pais.
      Só que também ninguém me avisou que o tal do Papai Noel só trazia brinquedos caros para crianças cujos os pais tivessem condições de comprar.
     E eu muito das inocêntes, num belo dia vendo tv, assisti a propaganda do famoso  Peposo, um urso de pelúcia nada barato para o bolso da classe baixa. Meus olhinhos brilharam... pronto! começava ali a maratona do Natal.
     Não tirar nota baixa na escola,  comer toda a comida, não falar palavrões etc, porque a lenda dizia que criança mal educada não ganhava presente de Natal, tentei seguir a linha, eu achava que já estava inclusa na lista de presentes do velhinho, mas com certeza pra minha mãe eu não passava nem por perto hehehe..
     Eu tinha duas vizinhas e amigas também de escola, estavamos na 1° série, a Flavia e a Renata, os nossos sonhos eram os mesmos, ganhar o PEPOSO de Natal, então escrevemos as "cartinhas para o Papai Noel", nunca tinha escrito uma cartinha, confesso que foi idéia delas, elas tinham aprendido a escrever naquele mesmo ano, e entregamos à mãe da Flavia para ela colocar na caixa do correio.
Os dias demoravam a passar, o Natal que nunca chegava e a ânsiedade tomava conta de nós.
     O que a mãe da Flavia não sabia era, que das três, eu era a única que tinha uma família que não tinha condições alguma de comprar um presente caro de Natal. Os pais delas tinham o próprio comércio, carro, casa própria e condições financeiras de realizar sonhos de Natal.
     Meu pai sempre foi um lutador, muito trabalhador, pagava o aluguel e as contas em dia, não deixava faltar o que comer e vestir (confesso que o vestir, a maioria das vezes era o famoso "simidão "),  era assalariado, muita gente sabe do que eu estou falando rs...
     Então chegou o tão esperado Natal, meu Deus, que alegria, minha família toda se reunia na minha casa, meus avós, tios e primos, eles faziam aquelas festas tipo Americana, que cada um trazia uma coisa rss..
     Quando deu meia noite minha mãe gritou lá da sala : "Correm aqui, olhem o que o Papai Noel deixou ", juro que eu corri primeiro para o quintal, para ver se eu via o velho, o trenó e as renas..ruim heim...
     Voltei correndo pra sala, la estavam várias caixas, e embrulhos coloridos, todos com nomes marcados, pois eu tinha mais duas irmãs mais velhas e vários primos todos na mesma faixa de idade.
     E assim foram destribuindo os presentes, minha tia começou entregando dos meus primos, nisso as caixas grandes foram acabando, depois as médias e enfim ficaram as pequenas, e eu ainda esperando a minha, a angústia foi me dominando, pensei "Deus do céu, não cabe um Peposo nessas caixinhas", se fosse na época de hoje a esperança era a última que morreria, porque a esperança seria ganhar um cartão vale-compra dentro daquelas caixinhas rs..
     Minha mãe me entregou uma caixinha fina e retangular no máximo de uns 20 centímetros, eu estava com um nó na garganta, uma decepção sem tamanho, mesmo assim abri, era um relóginho de pulso, na cor azul, dentro tinha o desenho da Mônica e o Cebolinha, o ponteiro dos segundos era um foguete girando, hoje sem meus óculos eu não saberia que desenho seria.
     Pensei: "Acho que o Papai Noel não recebeu nossa cartinha, eu não fiz nada de errado, mas ta bom, fazer o que, antes isso do que nada". Não gostei nadinha do meu presentinho, minha mãe toda feliz veio e colocou no meu pulso, minhas irmãs e primos estavam na rua já, brincando com seus brinquedos e etc..
Maaas quando eu sai, me deparei com a Flávia e a Renata, e adivinha o que elas tinham na mão ?? O Peposo!!!

     Comecei a chorar feito doida na rua, e olhando para o céu, na esperança de ver o Papai Noel e gritar : "Olha eu aquiiii, você trocou meu presente com alguéeemm" e nada do velho.. eu chorava mais ainda, todo mundo veio me consolar, e me convercer que o relógio era melhor que o Peposo, parei de chorar, meu vizinho que passava na rua viu a cena e parou, na expectativa de ser o ganhador da cena, falando que aquele relógio era lindo, tinha a Mônica blá blá blá...e me fez a tal pergunta : "que relógio lindo, que horas são?" BUÀAAAAAAA, ALÉM DE NÃO GANHAR MEU PEPOSO EU NÃO SABIA VER A HORA EM RELÓGIO DE PONTEIRO.
Eu na rua chorando, com a boca escorrendo baba e gritando alto: "PEPOOOOOOSO" rss.
     Perdi a graça do Natal, cresci achando o Natal uma chatisse.

     Também cresci com raiva daquele velho  fiu duma égua, miserento, muquirana...nunca mais escrevi cartinhas.  Escumunguei até a Mamãe Noela, as Renas e todo mundo que fazia parte da vida do Papai Noel hahahahaha...


PARTE  II
NO NATAL DE 2009

     Essa história ficou marcada entre algumas amigas, algumas me chaman até de Peposo, meus sobrinhos todo Natal me recordam do Peposo também.. ainda mais quando eles ganham relógios rss..

     Mas em 2009 na véspera de Natal,  minha amiga Tatinha me chamou em sua casa para fazer o cabelo de sua mãe,  fui também dar um abraço de Natal nela e em sua família, que tenho um carinho imenso por todos, e todos por mim também, graças à Deus, passei algumas horas lá, meu sobrinho foi comigo.
     Quando fui me despedir, todos se reuniram e me colocaram sentada no sofá e ficaram de pé todos na minha frente, a Tatinha veio com uma caixa imensa embrulhada pra presente, todos esperando eu abrir a caixa, na hora confesso que fiquei com um pouco de vergonha da situação, todos me olhando, ela, a irmã, o cunhado, a mãe, o pai e meu sobrinho, e eu com aquela cara de ai Jesuise rs..
     Comecei a abrir a caixa, e dentro outra caixa, dentro um embrulho, e outro embrulho, só de embrulho tinham mais de dez, no último mandaram eu fechar os olhos e apertar e tentar adivinhar o que era, na minha cabeça não passava nada, achei que era aquelas bonequinhas japonesas onde as mãozinhas são de porcelana, só vinha isso na cabeça, tirei do embrulho ainda de olhos fechados, quando me pediram pra abrir... não acreditei no que vi... era o PEPOSOOO...
     Por uns segundos veio o filme do Natal de 1983, e a cena atual, eles me olhando; Como uma família de amigos  conseguira me presentear com um sonho antigo ?  eu nem lembrava mais do Peposo!
     Aquela cena com eles me olhando e o carinho deles por mim, me deixou sem fala,  olhei pro Peposo, o abracei e comecei a chorar, e todos começaram a chorar também, todos eles, meu sobrinho me olhava chorando e com aquela cara de feliz, porque ele era o mais que se divertia com minha história em todo Natal. Agradeci tanto a Deus por ter colocado aquela família na minha vida e abracei todo mundo.
     Vim embora com meu troféu na rua, me deu vontade de contar pro povo estranho que passava por mim,  meu sobrinho as vezes ficava com vergonha, porque quando alguém passava bem perto de mim na rua, eu falava assim : " Sabe o que eu tenho aqui ? O PEPOOSO", hahahaha...

     Cheguei em casa, minha mãe estava na cozinha fazendo a ceia de Natal, falei que eles me fizeram uma surpresa e tinham me presenteado com um sonho do passado, ela toda curiosa, quando tirei o Peposo do embrulho, minha mãe começou a chorar, me pediu desculpas por naquela época não tivera condições de comprar, tadinha, mas ao mesmo tempo ficou tão feliz que me abraçou chorando. Meu pai quando viu segurou o choro, porque ele não chora na nossa frente rs..
     À noite quando minhas irmãs chegaram foi a mesma situação, quando tirei meu Peposo do embrulho a choradeira tudo de novo rss..
Só sei que todo mundo tirou foto com meu Peposo naquele Natal !


Não tem como eu contar essa história sem me emocionar.

Bigada Tatinha e sua família pelo Natal mais feliz da minha vida !







terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

A TRISTE HISTORIA DA MINHA HEBE, MAS COM UM FINAL FELIZ

     Hebe é uma poodle mini, com mais ou menos 15 anos de idade, chegou ao CCZ dia 11 de novembro 2010, eu não vi sua chegada, mas fiquei sabendo que ela chegou muito mal tratada, pelos gigantescos cheios de nós, raquítica e sem conseguir andar direito...  e que o CCZ a tinha resgato da casa de sua dona.

     Logo na sua chegada tosou e tomou banho , com a bela equipe das meninas do Banho e Tosa.
     Na mesma semana chegava outra poodle, um pouco maior, cega, sem dentes e com tumores, que foi abandonada pela sua dona no CCZ para eutanasia, foi apelidada de Matuza, mas Matuza comia, bebia, andava, não sentia dores, era uma cachorrinha muito animada e feliz....então foi levada para enfermaria, e lá vivia com a Hebe.
     Quando as conheci, achei que ambas vinham do mesmo lugar, pela afinidade que uma tinha pela outra, a Hebe lambia a Matuza o dia todo rss...

     Então coloquei as duas juntas na divulgação, mas nem cães sadios tem a sorte de adoção, quanto mais duas idosinhas cheias de problemas... até consegui uma adoção, ficamos todos felizes, mas mais de 1 mês passou e nada da pessoa ir busca-las.
     E infelizmente no final de dezembro, Matuza não resistiu e morreu durante a madrugada, que fim meu Deus, viveu até ficar idosa, foi abandonada pela única pessoa que ela confiava e amava, e foi parar em um CCZ, por mais carinho que ela recebia de nós todos por lá, comida, tinha caminha, mas não era uma família, Matuza morreu dentro de uma gaiola em um lugar escuro, sem a companhia de um humano para lhe passar segurança.. isso não éh justo !

Mesmo  sabendo que lá no CCZ tem todos os cuidados, os animais são todos bem tratados, mas não tem como dar carinho o dia todo para mais de 300 animais..No CCZ a Hebe tbm era feliz, porque não usava correntes, tinha a companhia da Matuza e recebia um pouco de carinho de todos nós, mas para uma boa recuperação nada melhor que um lar com familia.

     Hebe amanheu com sua amiga morta, e isso não me saia da cabeça, imaginava que amanha poderia ser ela, sempre tive vontade de pegar a ficha e olhar realmente a história daquela pequenina...como eu já tinha me afastado do CCZ por motivos psicológicos, prometi para mim mesma que não entraria na vida e na tristeza dos cães em saber suas histórias.

     Por mais que fugimos, o nosso destino está escrito, pensei, pensei, nem dormi a noite, e pelo impulso, fui até o CCZ, e dia 07 de Janeiro 2011, adotei a Hebe.. fiz essa loucura com meus pais viajando, daí que eu não dormia mesmo, só esperando a chegada de meus pais e a bronca na minha orelha, porque eu estou proibida de trazer mais cães, dos meus seis cães, seis vivem dentro de casa rs..
     
     Acho que Hebe pesava 1 kg e pouco, seu dente estava para fora do fucinho, tipo Javali, que a impedia de comer direito, magérrima, mal conseguia se sustentar nas perninhas. Na hora que dei seu primeiro banho em minha casa, dava para contar cada custela e cada vertebra da coluna, era pele e osso, só a água do chuveirinho era o suficiente para derruba-la, e frio, ela sentia muuuuito frio.

     Comecei a medica-la com gardenal, por causa das convulsões que ela passou ater em minha casa, arranquei seu dentinho, que já estava solto e tomado pelo tártaro e cheirava mal, e com isso seu apetite aumentou, suas perninhas criaram forças, e ela passou a engordar, e agora nos banhos, não vejo nem mais um ossinho, graças a Deus.

     Minha mãe voltou de viajem, e no primeiro dia eu ouvi um pouco, mas Hebe se tornou o xodó de minha mãe e meu pai, duas pessoas iluminadas que apoiam minhas loucuras.

     Hoje não resisti, fui ler a ficha da Hebe no CCZ, e fiquei muito chateada, deu uma angústia, mas ao mesmo tempo um alivio.
     Junto com a ficha tinha um Boletim de Ocorrência grampeado, contando o ocorrido, e na última folha uma carta escrita a mão,  feita pela delegada..
     
    Essa delegada recebeu uma denúncia de um suposto assassinato em uma residência, e ela conta que ao chegar se deparou com uma cachorra de porte pequeno, pelagem branca, acorrentada com uma corrente curta, e suas pernas estavam atrofiadas, em situação desumana, que acionou o Centro de Controle de Zoonoses para resgata-la, a fim de dar uma vida digna para essa cachorra. E assim foi feito !

     Abençoada seja essa mulher, que se comoveu ao ver a Hebe sofrendo maus tratos, a vida da Hebe deve a essa digna delegada, no momento não me recordo o nome, mas vou postar aqui assim que eu rever a ficha da Hebe.
     Agradeço a Deus pelo caminho que foi tomado, e pelo destino que ele colocou na vida da Hebe.
    
     Sei que minha Hebe não tem muito tempo de vida, mas sei que esse pouco tempo que lhe resta, será dignamente vivido como Deus e a nossa delegada quis !

Abraços
Keké Flores



          (Clique nas fotos para visualizar em tamanho original)


Hebe chegou assim com essa carinha triste
Matuza e Hebe
Matuza e Hebe
Matuza


Logo na sua chegada cortei mais os pelinhos,
lacinhos di minina e roupinha do Victinhu feita
por mim rss..
 
    

No CCZ ela tbm tinha caminha, mas essa
era especial né Hebe rss...















Minha mãe e a Hebe
Meu pai e a Hebe

Victinhu e Hebe

Ta usando fraldinha pq ela bebe muita
água e faz xixi pela casa toda rs. Mas
aqui da pra ver o quanto ela engordou.



Hoje Hebe está assim, mais gordinha, andando bem e
com essa carinha de feliz


segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

MEU FILHO QUE SE FOI NO DIA DO NATAL





Em 09 de Janeiro de 1995 vc nasceu, e depois de 2 meses vc chegou aqui em casa, parecia uma ovelhinha, todo branquinho e peludinho. Virou meu xodózinho, te adotei como meu filho...coloquei seu nome de Junior, pois era meu bebe..
 Vc adorava correr atraz do seu limãozinho de borracha, corria, pegava e trazia de volta para jogarmos de novo rs..me divertia muito...
Nos seus aniversários sempre eu fazia um bolo para comemorar, até um com sua carinha teve, ficou lindo.


Quando eu te tosava com pufs nas patinhas todos riam e te achavam com carinha de fêmea, mas para mim vc estava maravilhoso, e eu que sempre achei a raça poodle feinha, paguei minha lingua.


 Impossível esquecer o dia que trovejava e relampiava, e vc se escondeu dentro do armário, de tanto medo dos barulhos, e achavamos que vc tinha fugido, que desespero fiquei, te procurei embaixo de chuva, durante horas na rua, chorando e nada de te encontrar, e vc dentro do armário, que sufoco passei, mas qndo te vi no colo de minha irmã me esperando no portão, que alegria, sem tamanho para explicar.

Você me deu a nove anos atraz o maior presente da minha vida, seu filhinho Victinhu, nasceu em minhas mãos, ajudei no parto e me apaixonei por aquela criaturazinha rosa de pelinho branco, vou te agradecer sempre por isso.


Como vc era saudável, em 16 anos nunca foi a um veterinário, nunca ficou doentinho, graças a Deus vc era forte.

Quando a Bisa veio morar em casa vc me trocou e só queria dormir com ela rss, confesso que fiquei com ciúme, mas ela amava vc, e adora que vc dormia na cama dela, e ainda ficava bravinho qndo alguém se aproximava da cama...foi assim que começou a ficar bravinho.... antes de ela partir, falou para nunca deixarmos ninguém te maltratar, e essa frase nunca foi esquecida... e eu e a mãe sempre cuidamos bem de vc.....e assim vc envelheceu e seu corpinho não era mais o mesmo, trocavamos sua fralda e davamos comida e água pra vc, confesso que ra cansativo, mas para um filho tudo compensa....


E qndo todos viajaram na noite do Natal de 2010, vc esperou eu chegar para partir. 

Não foi facil me despedir de você, na hora veio um filme em minha mente, eu pegando nas mãos aquele filhotinho que parecia uma ovelhinha, e ao mesmo tempo olhar e ver apenas um corpinho envelhecido pelo tempo e sem vida em minhas mãos..
Como tentei te trazer de volta, orava e massageava seu coração, e vc voltou por segundos e logo me abandonou de novo, fez isso três vezes, eu sabia que vc tbm queria ficar, mas aquela era a sua hora, e eu respeitei a vontade de Deus.

 Agora preciso aprender a entender a lei da vida, aprender a perder algo que amamos, aprender e a entender o propósito de Deus pela curta vida dos cães.

Sei que nunca vou conseguir, e que vou passar por isso muitas vezes, porque não sei viver sem o amor de um animal, e esse é o preço por amar !!

  
JUNIOR, ETERNAMENTE EM MEU CORAÇÃO !











OBRIGADA POR TUDO JUNIOR
SEMPRE VOU TE AMAR!